20/07/2015

Produção de Mini cenoura.





Existem algumas variedades de cenouras mini ou que podem ser colhidas mais cedo que o normal. Porém, a maior parte das minicenouras disponíveis no mercado, inclusive no Brasil, são "falsas": são cenouras comuns que foram cortadas e moldadas por uma máquina.
Um vídeo americano que mostra como "nascem" as cenouras baby --pequenas cenouras vendidas em pacotinhos como tira-gosto-- tem surpreendido internautas. O filme, postado pela primeira vez em 2008 pelo site www.producepedia.com, voltou a fazer sucesso ao "revelar" que as cenourinhas são, na verdade, cenouras comuns cortadas e moldadas.

Cenouras que seriam descartadas viram minicenouras 'falsas'

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu um equipamento baseado nos existentes nos Estados Unidos, como o que aparece no vídeo. O objetivo é reduzir o desperdício de pequenos produtores.
"A cenourete aproveita a cenoura que não tem padrão para o mercado, além de ser atraente, bonita e poder ser comida como tira-gosto, no lugar da batata-frita, por exemplo", diz a pesquisadora Milza Lana, da Embrapa.
Para aproveitar cenouras finas, que normalmente seriam descartadas, a máquina pica e torneia os vegetais em pedaços pequenos, arredondando as bordas.
Processadas, essas cenouras são vendidas como cenouretes (outro nome das cenouras baby) por R$ 23,6 o quilo, enquanto bandejas de 1 quilo de cenouras normais custam pouco mais de R$ 1,50 no supermercado.

Embrapa desenvolveu máquina 'tupiniquim' 

A tecnologia da Embrapa foi lançada em 2001. Hoje está disponível no site da empresa e pode ser copiada sem nenhum custo.
"Fizemos máquinas 'tupiniquins' muito simples, inspiradas nas americanas, que produzem em grandes quantidades", afirma Milza Lana.
A primeira empresa a adaptar as máquinas, no sul do Brasil, adaptou um equipamento de descascar batatas que já possuía, conta Milza.
Depois dela, vieram pequenos produtores em Estados como Pernambuco e Minas Gerais.

Sem produção da versão mini, até 20% das cenouras são descartadas

A ideia para desenvolver o equipamento veio a partir de uma visita a produtores de cenoura do município de São Gotardo (MG). Os técnicos perceberam que, apesar de não terem nenhum problema de sabor, 20% das cenouras eram descartadas por serem finas não ou terem uma aparência agradável aos consumidores. 
Segundo a Embrapa, de 750 mil toneladas de cenouras produzidas em 28 mil hectares no Brasil, 10% são consideradas finas demais para o mercado e são vendidas por preços menores ou descartadas.
Em 2001, foi lançada a primeira máquina, adaptada de um descascador de batata e usada para tornear os vegetais. Em 2005, a empresa lançou um equipamento com uma esteira pela qual as cenouras passam enquanto são picadas em pedaços pequenos antes de serem torneados.
Todos os equipamentos podem ser desenvolvidos seguindo instruções disponíveis no site da Embrapa e com o auxílio de serralherias de médio porte.
Em 2005, a Embrapa lançou uma variedade de cenoura chamada de esplanada. Fina e com até 27 cm de comprimento, ela é ideal para produzir as cenouretes.

Cenouras de até 2,5 cm de diâmetro devem ser transformadas em minis

As cenouras processadas a máquina devem ter até 2,5 cm de diâmetro, afirma a pesquisadora Milza Lana --uma cenoura com padrão comercial tem de 3 cm a 3,5 cm.
Elas devem ser cortadas em pedaços de 6 cm, o que pode ser feito mecânica ou manualmente. Depois disso, vão para uma máquina onde lixas retiram a casca e arredondam as bordas.
Em seguida, são desinfetadas com produtos à base de cloro, embaladas e refrigeradas a temperaturas de 1°C a 5°C até o consumo.

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