18/07/2008

A vassoura saiu pela culatra do faxineiro.

A anti-ética divulgação na mídia de uma reunião fechada do delegado Protógenes Queiroz com seu superior hierárquico deixou mais claro ainda que o desgoverno Lula agiu como vilão e pressionou realmente o responsável pela Operação Satyagraha. Na conversa parcialmente revelada, com trechos editados, o diretor de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon, rejeita a proposta de Protógenes de prosseguir criteriosamente com o caso e dá ao delegado prazo até sexta-feira (hoje) para a entrega do relatório.

Troncon foi explícito: "Se você concluir antes de você ir para a academia, sem nenhum problema. Agora, se não conseguir, dentro da melhor técnica, se requer mais tempo, melhor análise, a gente passa para um dos colegas". A divulgação do áudio de quatro minutos aprofundou a crise interna na PF. O presidente do Sindicato dos Delegados da PF de São Paulo, Amaury Portugal, criticou a edição do áudio e classificou a decisão como "absurdo" e "infantilidade".

Agindo no melhor estilo nazista ou soviético, o chefão-teflon Lula da Silva agiu pateticamente quando ordenou ao seu comissário da Justiça, Tarso Genro, que mandasse a Policia Federal revelar trechos de gravação da reunião na qual se decidiu o afastamento de Protógenes Queiroz do
comando da investigação da Operação Satyagraha – que atingiu o banqueiro Daniel Dantas, mas quase feriu de morte a cúpula do desgoverno petista.

Protógenes já confirmou a amigos que a fita divulgada foi uma "adulteração" do teor da reunião. Na pressão e na pressa, o delegado Protógenes Queiroz deve indicar hoje o banqueiro Daniel Dantas e mais 12 pessoas, incluindo sua irmã, Verônica, e sua mulher, Maria Alice, por suposta gestão fraudulenta. A PF tem suspeita sobre a gestão do Opportunity Fund. A defesa de Dantas nega irregularidade.

A Polícia Federal cruzou informações obtidas pelo Banco Central no Grupo Opportunity com dados de um computador apreendido em 2004 e encontrou uma triangulação que pode sugerir lavagem de dinheiro. A partir de uma conta do banqueiro Daniel Dantas, pouco mais de R$ 87 milhões tiveram como destino a empresa Topázio Participações Ltda. , que na mesma data transferiu valor equivalente para a empresa Parcom Participações, que tem como um dos principais sócios o Opportunity Fund. Com isso, um dinheiro de origem supostamente ilícita teria retornado lavado.

Agora o objetivo da turma da Operação Faxina (ou fachina) é tentar descredenciar o delegado Protógenes e seu trabalho. Tarso Genro já afirmou que o relatório do delegado para fundamentar os pedidos de prisão denotava "instabilidade" dele. O desgoverno destacou que, na conversa divulgada, o delegado admite ter cometido erros e assume a responsabilidade pelo vazamento de informações. Eis a estratégia velhaca da divulgação da gravação de cerca de três minutos da reunião que durou cerca de três horas, que ocorreu logo após a uma reunião emergencial de Lula com Genro.

O inquérito será chefiado por Ricardo Saadi. O procurador da República Rodrigo de Grandis vai pedir uma série de diligências à Polícia Federal (PF) para apurar suspeitas que ainda não estão comprovadas. Os dois delegados auxiliares de Protógenes Queiroz não vão mais deixar a Operação Satyagraha.

Os delegados Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pelegrini Magro voltaram atrás ontem Os delegados Pelegrine Magro e Karina foram convidados a permanecer no caso e convencidos da necessidade de retomar o trabalho. Ficou acertado também que os documentos e equipamentos apreendidos a partir da operação policial serão analisados a partir da semana que vem. A demora em analisar os documentos teria sido uma reclamação dos delegados.


Viva Cacciola

Sorridente e aparentando tranqüilidade, o ex-dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, chegou ontem ao Rio de Janeiro para cumprir 13 anos de prisão por gestão fraudulenta e peculato.

Cacciola era considerado foragido desde 2001, quando foi para a Itália aproveitando-se de um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello.

Mas o ex-banqueiro não se considerava foragido.

"Fui para a Itália com meu passaporte carimbado. Quando o ministro (Carlos) Veloso anulou a decisão de Marco Aurélio, simplesmente decidi não voltar mais".
P/Jorge Serrão.

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