19/09/2009

O rei está nu!!!

"Cidade de Deus" em 2003, "Carandiru" em 2004, "Última Parada 174″ em 2008, "Salve Geral" em 2009.

Guerras sangrentas entre traficantes cariocas, massacre policial de 111 presos em São Paulo, sequestro de ônibus com morte de uma vítima e do sequestrador, ataques do PCC que deixaram 564 mortos.

Esses foram quatro dos filmes brasileiros indicados ao Oscar de melhor produção estrangeira nos últimos anos pelo Ministério da Culturao último deles, "Salve Geral", foi anunciado hoje como candidato.

Antigamente, a imagem oficial que o Brasil vendia no exterior incluía samba e futebol. Hoje, nosso produto de exportação cultural é a violência.

É bom ou é ruim? Nem uma coisa nem outra. Por um lado, pode-se sempre argumentar que pelo menos os problemas não estão sendo varridos para baixo do tapete. Por outro, existe sempre o risco de criar uma imagem unidimensional do país.

Muitos leitores reclamam que não aguentam mais filmes sobre nossas mazelas sociais. Outros protestam contra as globochanchadas. Parece que o cinema brasileiro está dominado por um duopólio: de um lado a comédia de costumes para consumo interno; do outro o drama social, também para consumo externo.

É uma falsa impressão, há filmes que não se encaixam nessas categorias. Mas é uma impressão bastante palpável.

Ricardo Calil É crítico de cinema, redator-chefe da revista "Trip" e colaborador da "Folha de S. Paulo".

Nota:"Salve Geral" registra os ataques do PCC a São Paulo.


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