05/09/2010

Siga sempre seu coração...



A primeira coisa é: você tem o guia dentro de si, mas você não o usa. 
E você não o tem usado por tanto tempo, por tantas vidas, que talvez
você nem mesmo tenha consciência de que o guia existe dentro de si. 
Este sutra é para aquele guia interior:
 'Esta consciência é o espírito que guia cada um. Seja esse um'
Não pense com a cabeça. Na verdade, não pense de jeito algum.
Simplesmente se movimente. Tente isso em algumas situações.
Será difícil porque o velho hábito será começar a pensar. Você terá 
que estar alerta: não pensar,  mas sentir internamente o que está vindo
à mente. Você poderá ficar confuso muitas vezes porque você não será
capaz de saber se aquilo está vindo do guia interior ou da superfície da mente.
Mas logo você conhecerá a sensação, a diferença. 
Quando alguma coisa vem do interior, ela sobe a partir de seu umbigo. 
Você pode sentir o fluxo, o calor, vindo do umbigo para cima. Sempre
que a sua mente pensa, isso é apenas na superfície,
 na cabeça, e então aquilo desce. Se a sua mente decide alguma coisa, 
então você tem que forçar aquilo para baixo. Se o seu guia interior decide,
então alguma coisa sai aos borbotões de dentro de você.
Vem do centro profundo de seu ser em direção à mente. A mente recebe
aquilo, mas não é da mente.
Aquilo vem do além, e é por isso que a mente se assusta com essas coisas.
Para a razão aquilo não é confiável porque vem lá de trás, sem qualquer motivo,
sem qualquer prova. Aquilo simplesmente sai aos borbotões.
Experimente isso em certas situações. Por exemplo, se você se perdeu dentro 
de uma floresta, 
experimente isso. Não pense. Simplesmente feche os olhos, sente-se, fique me
ditativo, e não pense,  porque será inútil. Como você pode pensar? Você não
sabe o caminho. Mas pensar tornou-se um tal hábito que você segue pensando
mesmo nos momentos em que o pensar não vai chegar a  lugar algum.
O pensamento só pode acontecer sobre alguma coisa que já é conhecida. Você
está perdido numa floresta, não tem qualquer mapa e ninguém a quem você
possa perguntar. Sobre o que você está pensando?
Mas ainda assim você pensa. Esse pensar será uma preocupação e não um pensar.
E quanto mais você estiver preocupado, menos o guia interior poderá ser eficiente.



Fique despreocupado. Sente-se debaixo de uma árvore e simplesmente deixe que os pensamentos vão se soltando e diminuindo. Simplesmente espere, não pense. Não crie o problema, simplesmente espere. E quando você sentir que o momento de não-pensamento chegou, então levante-se e comece a se movimentar. Para onde o seu corpo se mover, permita o movimento. Você será simplesmente uma testemunha. Não interfira. O caminho perdido poderá ser encontrado muito facilmente. Mas a única condição é: não deixe a mente interferir.
 Isso tem acontecido muitas vezes sem que percebamos. Grandes cientistas dizem que uma grande descoberta, sempre que é feita, nunca é feita pela mente, sempre é feita pelo guia interior.          
Quando sua mente fica exausta e não consegue mais fazer coisa alguma, ela simplesmente fica de lado. Nesse momento de afastamento, o guia interior pode dar indiretas, pistas, chaves.
O homem que ganhou o Premio Nobel devido à estrutura interna da célula humana, viu isso num sonho. Ele viu toda a estrutura da célula humana, a célula interna, num sonho, e então, pela manhã ele simplesmente fez um desenho daquilo. Ele próprio não pode acreditar que aquilo podia ser daquele jeito. Após anos de trabalho ele pode concluir que o sonho era verdade. 
Esta consciência é o espírito que guia cada um.  Perca a cabeça e caia nesse guia interior. Ele está aí. As velhas escrituras dizem que o mestre ou o guru (o guru externo) pode ser útil apenas para encontrar o guru interno. Isso é tudo. Uma vez que o guru externo ajudou você a encontrar o guru interno, cessa a função do guru externo.















Você não consegue alcançar a verdade através de um mestre. Através de um mestre,
 você consegue apenas alcançar o mestre interior. E então, esse mestre interior 
conduzirá você até a verdade. O mestre externo é apenas um representante, 
um substituto. Ele tem o seu próprio guia interior e ele pode sentir o seu guia 
interior também, porque ambos existem na mesma sintonia, na mesma afinação, 
na mesma dimensão. Se eu encontrei o meu guia interior, eu posso olhar para 
você e sentir o seu guia interior. 


Uma vez que você esteja em contato com o seu guia interior, o guia exterior 
não é mais  necessário.
Agora você pode movimentar-se sozinho. Assim, tudo o que um guru pode 
fazer é empurrá-lo de sua cabeça para o seu umbigo, de sua racionalização
para a sua força intuitiva, de sua mente argumentativa para o seu confiável guia.
E isso não é assim apenas com os seres humanos, também é com os animais,
com os pássaros, com as árvores, com tudo.
Sempre que você estiver confuso numa situação e não conseguir ver como se 
livrar dela, não pense; simplesmente permaneça em profundo não-pensar e permita
que o guia interior guie você. No começo você se sentirá com medo e inseguro,
mas depois, quando você chegar todas as vezes à conclusão certa, quando você
chegar todas as vezes à porta certa, você irá reunir coragem e se tornará confiante.
Quando essa confiança acontece, eu a chamo de fé. Essa é, na verdade, a fé religiosa: 
a confiança no guia interior. Argumentação é parte do ego, é você acreditando em 
você mesmo. 
No momento em que você vai fundo dentro de si mesmo, você chega à verdadeira 
alma do universo. 
O seu guia interior é parte do guia divino.  
 A sabedoria vem do coração, não do intelecto. A sabedoria vem do interior profundo 
de seu ser, não da cabeça. Corte sua cabeça, seja sem cabeça, e siga o ser, para onde
quer que ele o conduza.
Mesmo que ele o leve ao perigo, vá ao perigo, porque esse será o caminho para você 
e para o seu crescimento. Através daquele perigo você irá crescer e tornar-se maduro. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário