25/11/2010

O abraço do urso.


Um urso faminto buscava alimento, quando sentiu cheiro de comida 

próximo a um acampamento.

Percebendo o acampamento vazio, foi até a fogueira ardendo em brasas, pegou um panelão de comida, abraçou com toda sua força e começou a devorar tudo. 

Só então percebeu o calor da tina contra seu corpo, queimando patas, peito e onde mais a panela encostava. No desespero, interpretou as queimaduras pelo corpo como algo que queria lhe tirar a comida. 

Rugindo muito alto, quanto mais a tina quente lhe queimava, mais a 

apertava contra o seu corpo.

Quando retornaram, os caçadores encontraram o urso morto, segurando a tina de comida. As enormes queimaduras o fizeram grudar na panela,  ainda com a expressão de estar rugindo. 

Muitas vezes, abraçamos coisas que julgamos importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda nos prendemos a elas. Por medo de abandoná-las, nos colocamos em situação de sofrimento e desespero.

Apertamos essas coisas contra o coração e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.

Em certos momentos, é preciso reconhecer se o que estamos segurando em nossa vida deve continuar sendo mantido, ou se devemos abrir espaço para que mudanças ocorram... 

Ter coragem, visão e tirar do caminho o que faz o coração arder.

Solte a panela! 

As coisas não mudam; nós é que mudamos.


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