12/09/2012

Filme sobre Maomé desencadeia onda de protestos no Oriente Médio e resulta na morte de embaixador dos EUA na Líbia.

O grupo de extremistas muçulmanos Talibã fez um apelo nesta quarta-feira para que os fieis afegãos preparem-se para atacar os americanos e pediu que a população “se vingue” dos Estados Unidos por terem permitido a produção de um filme que insulta a imagem do profeta Maomé. Mesmo com a segurança reforçada em representações diplomáticas americanas, foram registrados protestos diante de consulados e embaixadas na Tunísia e em territórios palestinos.
O mundo islâmico pede que os líderes religiosos informem detalhadamente os atos desumanos dos americanos e se preparem para uma longa batalha”, disse o Talibã em comunicado.

Tentando evitar protestos violentos como os registrados na terça-feira no Egito e na Líbia, o governo afegão tirou o site YouTube para impedir que os afegãos assistam ao filme em que o profeta Maomé é ridicularizado, informou o Ministério das Comunicações. A produção desencadeou os protestos na cidade líbia de Benghazi que resultou no assassinato do embaixador americano Christopher Stevens e mais três diplomatas.
- Fomos orientados a fechar o YouTube para o público afegão até que o vídeo seja retirado - disse o diretor-geral de Tecnologia da Informação no ministério, Aimal Marjan.
O trailer de 14 minutos é um resumo do filme “A inocência dos muçulmanos”, produzido pelo diretor polêmico diretor Sam Bacile, que certa vez chegou a dizer que “o Islã é um câncer”. A película critica a vida de Maomé e trata o profeta como uma farsa. Na produção, o personagem do líder religioso aparece em cenas de sexo e incitando a guerra e a violência.
O vídeo foi postado na página há dois meses, mas veio à mídia quando o pastor conservador americano Terry Jones comentou o assunto e descreveu o filme como “uma produção americana, não criada para atacar os muçulmanos, mas para mostrar a ideologia destrutiva do Islã”.
Jones já havia criado polêmicas relacionadas aos muçulmanos. Certa vez, ele queimou uma cópia do Alcorão, livro sagrado para o Islã, gerando uma onda de violência que terminou com 11 mortos no Afeganistão.
Governo egípcio condena filme, mas pede calma à população
O primeiro-ministro egípcio, Hisham Qandil, condenou nesta quarta-feira o polêmico filme sobre a vida de Maomé, produzido nos EUA. No entanto, devido aos recentes tumultos que causaram a morte do embaixador americano na Líbia, ele reforçou um pedido de calma à população, defendendo que “o povo do Egito expresse sua indignação, mas com moderação”.
Mais cedo, a aliança política governista do Egito, a Irmandade Muçulmana, também pediu que os fieis tenham tranquilidade em suas manifestações. O grupo convocou protestos para a próxima sexta-feira, mas que sejam “manifestações pacíficas para denunciar os insultos contra a religião e o profeta”.
Na terça-feira, milhares de pessoas protestaram na frente da embaixada americana no Cairo contra o filme. Cerca de 20 jovens muçulmanos conseguiram pular os muros da Embaixada dos EUA e arrancar e rasgar a bandeira americana.


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