20/07/2013

Sr. Cabral... ... .

Sérgio Cabral era uma estrela. Jovem, bonachão, do PMDB, governador de um dos três principais Estados, irmão camarada de Serra, amigo de Lula, aliado de Dilma. Benquisto no Congresso, bem relacionado no mundo empresarial.

Saudado como possível candidato a vice-presidente de petistas, tucanos, gregos e troianos, sonhava com o dia em que o PMDB cansasse de ficar a reboque e decidisse ter candidato próprio à Presidência.

A implosão começou em junho de 2011, quando um helicóptero caiu a caminho de Trancoso, na Bahia, matando a namorada do filho de Cabral e a mulher do badalado Fernando Cavendish, da Delta. Da tragédia pessoal, emergiu a tragédia política.

A prisão de Carlinhos Cachoeira expôs ligações perigosas dele com a Delta e as relações de Cabral-Cavendish coincidiam com as relações Delta-governo do Rio. Tudo ficou embolado, ou mal explicado.

Com a crueldade dos adversários políticos, Anthony Garotinho lançou a logomarca das agruras do governador: a foto de Cabral, Cavendish e secretários do Rio com guardanapos brancos na cabeça, na maior farra em Paris. Pegou Cabral de jeito, já bambo no meio do escândalo Delta.

Vieram os protestos e o Datafolha captou o estrago: a popularidade do governador despencou 30 pontos. Pior: os manifestantes voltaram para casa no resto do país, mas acamparam no prédio de Cabral no Leblon.

Jogado na vala comum dos políticos e alvo direto das manifestações, Cabral já não consegue entrar e sair da própria casa, está à beira de ser enxotado pelos vizinhos e se debate para sobreviver na política e fazer do vice Pezão seu sucessor.

Por paradoxal que seja, a violência dos vândalos contra o governador, contra lojas e contra tudo pode servir como tábua de salvação de Sérgio Cabral. Nada melhor para políticos em apuros do que sair da condição de "réu" e passar à de vítima. Quem quis aniquilar Cabral de vez pode estar conseguindo o contrário. Ele está esperando que a sociedade o "ajude" a conter os movimentos que estão acontecendo no Rio e com isso fazer sumir da frente do seu prédio as pessoas que estão protestando contra seu desgoverno.Acorda Cabral, todos sabemos que no final de todas as manifestações acontecem o dito vandalismo.

A pergunta é por que a Polícia Militar cometeu tantas falhas durante o controle da violência nos protestos no Rio. Falhou desde o episódio em que policiais militares recorreram a armas de fogo para afugentar manifestantes, que teriam encurralado PMs na Alerj, no dia 17 de junho, até a ausência de PMs na noite em que vândalos atacaram o Leblon, passando pela noite de 20 de junho, quando PMs do Batalhão de Choque e do Bope caçaram manifestantes por ruas da Zona Sul do Rio. Não vimos uma tropa treinada no controle de distúrbios civis. Está faltando trabalhar com  operações de Inteligência Policial, traçando e refazendo planos com pessoal treinado em coibir manifestações, ou será que estão querendo ver o circo pegar fogo? 

A versão delirante de Cabral sobre os grupos internacionais virou chacota. Aliás, nas redes sociais, Cabral já é satirizado de todas as formas. Mas continua todo mundo curioso em saber que grupos internacionais, Cabral no seu delírio, acha que estão comandando os protestos no Rio de Janeiro. 
Mas vamos dar uma ajuda para Cabral escolher um grupo internacional, vamos as opções. 

- os torcedores violentos da Argentina, os "barra bravas" ou os hooligans ingleses 
- os skinheads alemães 
- o grupo ucraniano Femem, das mulheres que protestam de seios nús 
- os radicais islâmicos do Hezbolah ou do Hamas 
- os Iluminatti 
- a Cosa Nostra, a máfia siciliana 
- a Yakuza, a máfia japonesa 
- o serviço secreto israelense, Mossad 
- algum grupo a serviço do Irã ou da Coréia do Norte 

Ou então como lembra um amigo meu, vai ver que o grupo internacional que Cabral cita é a Turma da Disney, afinal ele vive num mundo de fantasia. 



Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez consciente.   
Martín Luther King

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