O físico teórico americano Michio Kaku (1947) é bastante renomado e já muito reconhecido na comunidade cientifica por suas teorias de campos de corda, um ramo da teoria das cordas, também mundialmente conhecido por suas palestras e participação em documentários sobre astrofísica e cosmologia feitos para a TV.
No começo de 2011, Michio deu uma palestra na Universidade de Nova York explicando os 3 tipos de possíveis civilizações extra terrestres, essa é a Escala de Kardashev, um método proposto pelo astrofísico russo Nikolai Kardashev para medir o grau de desenvolvimento tecnológico de uma civilização alienígena, classifica as civilizações baseando na quantidade de energia coletada, utilizada e processada.
Mas o que reverberou no meio científico após esta palestra, foi a possibilidade de um tipo 4 de civilização:
Eu gostaria que abrissem a mente para a possibilidade de um dia realizarmos contato com civilizações inteligentes que podem estar milhares ou milhões de anos a frente de nós tecnologicamente.
E porquê eu digo isso? Enquanto estamos aqui falando, os telescópios espaciais Kepler e CoRoT estão identificando centenas de exoplanetas, mais de 800 já foram identificados até agora. Muitos deles são semelhantes a Terra. Talvez neles tenham oceanos líquidos, talvez neles hajam matéria orgânica, ou quem sabe aminoácidos, ou mesmo, vida?
Este é um dos objetivos da ciência, buscar sinais de vida fora da Terra.
Mas a grande questão é: se encontrarmos vida microbiana no espaço, isso não será muito interessante. Considerando que hoje podemos analisar milhares de estrelas a mais do que antes, como físico, nós não procuramos por homenzinhos verdes, procuramos por consumo de energia, procuramos por civilizações tipo I, tipo II e tipo III.
Civilização Tipo I:
Uma civilização tipo I pode controlar todas as formas de energia planetária. Eles poderiam talvez controlar o clima, manipular oceanos, terremotos e vulcões. Eles estão 100 anos à frente de nosso desenvolvimento energético e tecnológico. Um exemplo da ficção científica para esta civilização seriam as clássicas Flash Gordon e Buck Rogers.
Civilização Tipo II:
Uma civilização do tipo II controla a energia de uma estrela inteira e é imortal, nada conhecido na ciência ou na natureza seria capaz de destruí-la, incluindo meteoros e cometas que seriam consumidos ou destruídos, eras do gelo poderiam ser contornadas, e até mesmo a morte de sua estrela não seria um problema. Eles podem se mudar de planeta, reacender o seu Sol ou simplesmente encontrar outra estrela no espaço. Um exemplo da ficção científica para esta civilização seria a Federação dos Planetas Unidos, Star Trek.
Eles estão a alguns milênios à frente de nossa civilização.
Civilização Tipo III:
Uma civilização do tipo III pode controlar a produção de energia de uma galáxia inteira. Eles pode brincar com buracos negros, buracos de minhoca e controlar a energia do Planck. O espaço-tempo é instável lidando com estas forças (o Planck é um quadrilhão de vezes mais potente que o grande Colisor de Hádrons), então eles seriam capazes de manipular o espaço tempo, usando talvez uma física dimensional maior.
Um exemplo da ficção científica para esta civilização seria Star Wars, eles estão há centenas de milhares de anos à frente de nosso tempo.
Estes são os três tipos de civilizações: a planetária, estelar e galáctica. Mas Michio cita que durante uma palestra que deu em Londres falando sobre estes três tipos, foi interrompido por um garoto de 10 anos que o incomodava dizendo: "Professor, você está errado! Há o tipo IV". Michio o dispensou dizendo "Cala a boca, garoto! Há uma outra seção para você brincar para lá". Mas o garoto insistiu cutucando: "Você está errado, há um tipo 4". Michio irritado disse: - Escute, existem planetas, estrelas e galáxias, só isso, nada mais! São as únicas plataformas pra civilizações avançadas. O garoto continuou: "Você está errado, há o poder do Continuum". Os fãs de Star Trek sabem o poder do Q Continuum, pois Michio pensou a respeito e concluiu baseado na objeção do garoto, que há realmente algo além das galáxias e esta é a energia escura. Há uma fonte energética além da galáxia em si, totalizando 73% de todo o universo. A civilização que fosse capaz de usufruí-la poderia sim, ser considerada uma civilização de tipo IV.
Muitos se perguntam "Se realmente eles estão lá, porquê não realizam contato, aterrissam na Arábia dizendo "Viemos em missão de Paz"?
Na conhecida como Analogia da Floresta visualizamos um formigueiro. Você vai até a formiga e diz: Trouxemos quinquilharias, comida, te daremos energia nuclear, me leve a seu líder? Ou você simplesmente as ignora? Assim como estas formigas, talvez não sejamos tão interessantes perante uma civilização mais avançada.
Para ilustrar a nossa classificação nesta escala usaremos um fato histórico que implicou em consequências teológicas no passado. Giordano Bruno foi queimado vivo pelos tribunais da inquisição há 400 anos em 1600, simplesmente por afirmar que haviam civilizações no espaço. A inquisição durante o julgamento o questionou: "Eles têm um Papa? Quantos Papas existem no espaço? Mil? Um Milhão, um bilhão? E quantos santos estão lá?".
A mentalidade da época não comportava a ideia de haver milhares ou bilhares de santos e papas, então em vez de levantar a questão, Giordano foi apenas queimado vivo.
Então o que isto significa para nós? O que nós somos? Somos o tipo I que controla em totalidade as forças planetárias? Somos o tipo II que controla o poder das estrelas? Ou somos do tipo III que controla galáxias e o espaço-tempo?
Não, nós somos o tipo 0, extraímos nossa energia de combustíveis fósseis, petróleo e carvão. Seria necessário 100 anos de evolução não somente tecnológica para nos tornarmos o tipo I, porém a geração viva hoje têm o privilégio de presenciar o início desta transição. A internet por exemplo seria um sistema de comunicação Tipo I assim como União Européia é um exemplo de uma economia Tipo I, o inglês é um Tipo I de idioma... Comunicação planetária, economia planetária, idioma planetário...
Para finalizar, esta palestra foi dedicada a Giordano Bruno que morreu há 400 anos quando apontou o dedo para o céu e afirmou que havia planetas habitados espaço afora. Toda a semana, pelo menos um planeta é encontrado orbitando uma estrela diferente, Michio Kaku nomeou isso como "A Vingança de Bruno".
Olá, Lília Cristina Pereira - tenha um óptimo dia...
ResponderExcluirSou apreciador da obra de Michio Kako, especialmente no que toca às suas extraordinárias predições, sobre civilizações tipo I, II & III...
Obrigado pelo interessantíssimo artigo que publicou.
Um abraço - artur