26/10/2013

Comer pipoca no cinema pode bloquear o efeito dos anúncios que passam antes dos filmes.




Pesquisadores da Universidade de Colônia, na Alemanha, convidaram uma audiência variada para assistir a um filme no cinema. O objetivo? Analisar os efeitos das propagandas que passam antes das produções. O resultado foi inusitado: os cientistas notaram que aqueles que comiam pipoca durante a transmissão dos anúncios eram menos afetado por eles. Isso quer dizer que eles não se lembravam das marcas e nem das mensagens publicitárias.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores deram à metade da platéia um cubo de açúcar, enquanto a outra metade recebia pipoca. E então foram exibidos anúncios reais de, por exemplo, a marca de manteiga alemã Lurpak. Uma semana depois, os participantes foram chamados a um laboratório e, lá, deveriam dar notas a uma série de produtos, incluindo aqueles que haviam sido anunciados no cinema. O resultado foi que o grupo que recebeu o cubo de açúcar demonstrou preferência pelos produtos das propagandas, enquanto os que comeram pipoca não.

Em um segundo estudo, a plateia do cinema foi dividida da mesma forma - metade recebeu pipoca e a outra metade um cubo de açúcar. Mas em vez de assistir propagandas sobre produtos, eles viram um material publicitário que pedia doações para uma instituição de caridade. E, novamente, o resultado confirmou que aqueles que receberam o cubo de açúcar foram mais afetados pelo anúncio, lembrando ou fazendo doações após a sessão. Isso acontece, segundo os cientistas, porque para lembrar do nome de uma marca, simulamos o nome dela com movimentos de nossos próprios lábios. Quando estamos com a boca cheia de pipoca, isso se torna mais difícil.

O relatório final da pesquisa afirma que isso acontece porque, para estabelecer uma marca na mente de alguém, é necessária a repetição daquela palavra. E o ato de comer pipoca distrai o público dessa repetição, fazendo com que o efeito da propaganda no cinema não seja tão eficiente para estas pessoas.

De acordo com Sascha Topolinksi, um dos pesquisadores responsáveis pela análise, talvez anunciantes tentem até boicotar a pipoca no cinema depois desses resultados. "No futuro, quando estiverem promovendo uma nova marca, os anunciantes do cinema podem querer impedir a venda de doces e lanches antes do filme", declara. Já os donos dos cinemas podem não gostar da ideia - de acordo com o professor Richard McKenzie, da Universidade da California, em Irvine, a pipoca de cinema é vendida com uma margem de 900% de lucro. 

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