16/11/2013

American Airlines acusa Decolar de fraude para inflar comissões.




A American Airlines (AA) acusa a Decolar.com, agência virtual líder no Brasil, de formar esquema fraudulento com agências de viagem para inflar comissões, prejudicando a companhia americana e encarecendo bilhetes para o consumidor.

A disputa corre em um tribunal na Flórida (EUA) e revela a delicada relação entre as companhias aéreas e agências virtuais de viagem.

Internet acabou com modelo de remuneração

O suposto esquema funcionaria assim: o grupo Decolar transferia a venda de passagens da AA para agências afiliadas que dispunham de acordos de incentivo com a empresa aérea americana.

Dessa forma, as agências aumentavam as vendas e recebiam bônus maiores da AA, que seriam rateados entre a agência e a Decolar.

No processo, a AA alega que o suposto esquema seria uma retaliação ao fato de que a companhia aérea não firmou acordo de incentivo de vendas com a Decolar.

Procurada, a Decolar.com não quis entrar em detalhes. Apenas afirmou que "está em negociações de acordo com AA e está otimista que se resolva o mais breve possível". A American confirmou a existência do processo, ao qual a Folha teve acesso, mas não quis comentar.

O processo envolve o grupo argentino Despegar (dono da Decolar Brasil e de mais oito sites na América Latina, nos Estados Unidos e na Espanha). A empresa não revela faturamento. Mas um terço dos seus 3.000 mil funcionários fica no Brasil.

Desde agosto, as passagens da AA não são mais encontradas no site da Decolar. Na época, a AA publicou anúncios na grande imprensa para comunicar a saída.

A justificativa era que os preços das passagens da AA apareciam nas buscas de forma superfaturada, não refletindo a realidade das tarifas praticadas pela companhia.

Os bilhetes eram cotados a preços maiores do que os da concorrência e também daqueles oferecidos no próprio site da AA.

O grande serviço prestado por sites como Expedia e Decolar é a comparação de preços. Esses sites "espelham" as buscas dos sites das companhias aéreas e as reúnem em um único lugar. O preço da tarifa é absolutamente igual ao exibido no site das empresas aéreas.

A briga lembra a disputa entre Google e jornais, que reclamam que gastam para produzir conteúdo e que o gigante de buscas fatura com publicidade sem pagar nada para exibir esse conteúdo.

No caso do turismo virtual, está em jogo um mercado que movimentou US$ 8,2 bilhões na América Latina em 2010.

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