20/03/2014

Procon Carioca recolhe 4.500 caixas de leite Elegê.



 Foi suspensa a venda de leite da marca Elegê nos tipos integral, desnatado e semidesnatado em todo o município do Rio. Ontem, o Procon Carioca, da Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor, recolheu mais de 4.500 caixas de três lotes do produto. A operação foi feita em função de uma série de denúncias que o órgão recebeu na quarta-feira por parte de consumidores que perceberam cheiro e sabor diferentes no leite dessas caixas.

Em nota, a Elegê informou que a “alegada impropriedade se trata de uma quebra da cadeia de proteína que gera sabor e cor alterada no produto, o que não causa danos à saúde ou à integridade física dos consumidores”. A empresa reforçou ainda que o fato não tem relação com o crescimento microbiológico ou adição de químicos e garantiu que todas as linhas de produção são submetidas a rígidas normas de inspeção. 

Ainda assim, o Procon Carioca mandou analisar as amostras de leite supostamente impróprias para consumo. Até que o resultado seja divulgado, a orientação é que os consumidores que já compraram caixas do alimento — principalmente dos lotes CDSA16:533; CDNZ23:553 e CDVP06:093 — evitem consumi-los. Os códigos podem ser conferidos no fundo das caixas. 

“Suspendemos a venda na tentativa de resguardar a população e até que a empresa verifique o que aconteceu”, explicou a secretária municipal de Defesa do Consumidor, Solange Amaral.

A aposentada Laura Giomar de Jesus, 70 anos, ficou desapontada ao saber do problema. “Cada vez mais vejo que as marcas mais caras são iguais às mais baratas”, contesta. Para evitar situações assim, Dilson Freitas, 66, conta que costuma verificar a validade: “E quando não gosto de uma marca, mudo”.

Produção local evita fraudes 

O estímulo à produção local, não apenas de leite, mas de outros produtos agropecuários, é importante tanto para a economia do estado, quanto para evitar fraudes, como à identificada no Rio Grande do Sul. 

Segundo o secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, o fraudador inclui no leite substâncias como o formol justamente para que o produto suporte ser transportado por longas distâncias. “Com a produção local, o leite é mais fresco e a fraude é desestimulada”, diz. 

Atualmente, o Rio já tem empresas produtoras do alimento, como Nestlé, Marília, Leite Glória e LBR, que engloba marcas como Parmalat e Boa Nata. “A indústria está bastante consolidada e a produção no campo cresceu significativamente. Em 2007, o estado produzia 460 milhões de litros por ano no campo. Em 2013, esse número subiu para 610 milhões de litros”, explica o secretário. 

O consumidor que quiser dar preferência ao leite produzido no estado pode conferir o local de fabricação na lateral da embalagem. Em breve, de acordo com Christino Áureo, todos os produtos do Rio vão ganhar o Selo RJ, para facilitar a identificação. A novidade está prevista para chegar aos supermercados em maio ou junho.

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