11/04/2014

Computadores são retirados de escola pública no RJ, após inaugurada por Cabral.

 Na semana seguinte à inauguração do Colégio Estadual Jornalista Rodolfo Fernandes localizado na Pavuna, em 11 de março, com a presença do então governador Sérgio Cabral (PMDB) e de seu vice, Luiz Fernando Pezão, todos os computadores de um dos laboratórios de informática foram retirados pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), sem nem sequer terem sido usados pelos alunos. Na época a escola foi considerada por Cabral como parte da "nova fase da educação", pois "muda o patamar de qualidade do desempenho dos alunos". O colégio, que custou oficialmente R$ 14 milhões, tem 928 estudantes matriculados.
A retirada dos computadores foi revelada por um professor da rede de ensino do Estado do Rio, que fez um desabafo no Facebook. "O governador chega, a escola está linda, prontinha, ele tira muitas fotos, dá muitas declarações, faz até um discurso (foi vaiado, não entendi o motivo), a imprensa publica em sites, TV e jornal, afinal de contas é uma novíssima escola na zona norte do RJ, tudo lindo, perfeito. O governador vai embora... junto com ele leva todos os computadores do laboratório, telefones e projetores da escola. Era só pra tirar as fotos pra imprensa, triste vida", escreveu.

Foto da sala na Inauguração.


Foto da sala depois da inauguração.


A Seeduc informou que os computadores instalados para a inauguração eram provisórios. "O Colégio Estadual Rodolfo Fernandes foi programado para receber um laboratório móvel de informática com netbooks. No entanto, como era sabido que os equipamentos não chegariam em fevereiro, mês em que a unidade foi inaugurada, a Seeduc optou por prover com computadores da sede administrativa". A nota informa que os equipamentos foram retirados para a chegada dos netbooks, que ainda não foram enviados à escola.

Fotos de "antes e depois" postadas na internet mostram a sala equipada, no dia da inauguração da escola; e vazia, depois que os computadores foram levados. O post foi compartilhado por 90 pessoas até a noite de quarta-feira, 9, e recebeu dezenas de comentários. O professor acabou retirando a postagem. "Confesso que não imaginei tamanha repercussão em um post na minha página", disse o professor e pediu para não ter o nome divulgado, por temer represálias.
Inicialmente a Seeduc informara, na noite de quarta-feira, que os equipamentos foram levados para que o laboratório passasse por "adequação às exigências do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)". Diante do questionamento sobre o motivo de a escola não ter sido erguida já dentro dos parâmetros exigidos, a assessoria de imprensa informou que houve um engano: o colégio estava programado para receber um laboratório móvel de informática com netbooks, e não os computadores do Programa Nacional de Tecnologia Educacional.

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