A empresa imobiliária MRV está dando desconto de R$ 25 mil na venda de qualquer imóvel, o que pouco significa, porque a Rossi já fez campanha massiva pela televisão, dando desconto de R$ 60 mil em qualquer imóvel residencial ou comercial e não conseguiu vender nada.
A imobiliária Julio Bogoricin, a maior do Rio de Janeiro, com mais de 20 lojas e cerca de mil corretores, recentemente colocou espalhafatoso anúncio em um jornal, com o seguinte título: "Cansou de perder dinheiro com imóvel? É hora de alugar!".
As grandes construtoras estão em parafuso, há três anos no vermelho. Das 17 empresas que constam do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, as ações de 12 delas já estão valendo menos do que seu patrimônio líquido, vejam a que ponto chegamos.
Ontem, as ações da Gafisa despencaram, enquanto o índice Ibovespa subia cerca de 1,8%, ultrapassando os 54 pontos. Os jornais dos Estados, registraram os problemas da Gafisa e a desconfiança do mercado em relação à possibilidade de recuperação da empresa, mas os interesses dos grandes anunciantes têm de ser respeitados.
ESFORÇOS DOS MEIOS DE DIVULGAÇÃO
Em meio à crise, é comovente os esforços de alguns, que tentam inflar o mercado, através da tabelas semanais de valores de Imóveis. Estão levando em conta apenas os preços nos anúncios veiculados pelo jornal, e não pelo preço real de compra e venda.
Detalhe: há alguns dias, um jornal de grande circulação fez um editorial comemorando a expansão do crédito imobiliário e o artigo terminava com uma pérola, criticando o déficit habitacional brasileiro, que o próprio IBGE já desmentiu, numa recente pesquisa que nem levou em conta os imóveis de fim de semana (casas na praia ou na serra, sítios, chácaras etc.). O resultado do IBGE, pesquisando apenas imóveis realmente residenciais, foi de que não há mais déficit habitacional nas grandes cidades brasileiras, o que existe é um número enorme de imóveis fechados.
Como dizíamos no Pasquim, jornalismo é isso aí… E na crise imobiliária, quem ganha é a imprensa, porque anunciar é preciso. Aos domingos, o caderno imobiliário dos jornais vem com várias páginas de compra e venda e apenas poucas páginas de aluguel, o que demonstra a distorção do mercado. Todo mundo querendo vender e ninguém querendo comprar.
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