11/06/2014

Metroviários aceitam proposta de reajuste salarial e decidem não fazer greve no Rio.



A assembleia que reuniu cerca de 300 metroviários na zona norte do Rio nesta terça-feira (10) descartou uma greve no setor. Os funcionários da empresa Metrô Rio, que administra o serviço na cidade, aceitaram o aumento nos salários proposto pela concessionária.

Dessa forma, os trabalhadores terão 8% de reajuste retroativo a maio de 2014 e 14% de acréscimo no piso salarial, que passará de R$ 750 para R$ 860. O tíquete refeição saltará de R$ 20,90 para R$ 23, enquanto a cesta básica irá de R$ 130 para R$ 150. Ainda de acordo com a proposta oferecida pela Metrô Rio, os funcionários terão aumento nos benefícios de creche, material escolar e auxílio funeral.

A assembleia aconteceu na sede sindicato da categoria, na Praça da Bandeira, na zona norte da capital. Ao contrário do que costuma acontecer em reuniões deste tipo, quando a votação é feita com mãos erguidas e o resultado aferido por contraste, os metroviários optaram por votos secretos, por escrito, depositados em urnas distintas. Somente os sindicalizados puderam participar da decisão sobre a paralisação.

A categoria queria reajuste de 6,7%, equivalente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de dezembro de 2010 a novembro de 2011, e ainda aumento de 15% como reposição de "perdas salariais" desde o início da concessão do metrô carioca, em 1998 - esta porcentagem também incidiria sobre vale-refeição. Os metroviários cobravam ainda plano de cargos e salários. Os metroviários e a concessionária que administra o serviço tiveram cinco rodadas de negociação.

O Metrô Rio é responsável por levar cerca de um milhão de pessoas por dia. Os metroviários ameaçaram parar às vésperas da Copa. O serviço é parte fundamental para o transporte de torcedores para o Maracanã.

Há três estações no entorno do estádio (Maracanã, São Cristóvão e São Francisco Xavier). A última greve dos metroviários do Rio ocorreu em 25 de maio de 2000, quando 95% dos 1.600 funcionários aderiram à paralisação de 24 horas. Na ocasião, o serviço transportava 400 mil pessoas diariamente. A greve provocou engarrafamento em toda a cidade — houve registro de lentidão nas Avenidas Rio Branco, Presidente Vargas, Radial Oeste e na Linha Vermelha.

Naquela época, os metroviários pediam reajuste de 10,36%, carga horária de 40 horas semanais e "escala mais humana" - a categoria se queixava que ficavam até dois meses sem folgas aos fins de semana. A Justiça do Trabalho determinou que a greve fosse suspensa. Os trens da linha 2 deixaram de circular, por causa de uma pane na subestação da Carioca. Na ocasião, a administração do Metrô acusou os grevistas de sabotagem.

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