03/07/2014

Seleção defende choro e se diz pronta para outra decisão.


As lágrimas secaram e deram lugar à fúria. A seleção brasileira está incomodada com as críticas à postura da equipe nas oitavas de final, no Mineirão, contra o Chile, quando alguns dos principais atletas da equipe choraram antes e depois da decisão por pênaltis. Nesta quinta-feira, véspera da partida contra a Colômbia, no Castelão, em Fortaleza, o técnico Luiz Felipe Scolari e o capitão Thiago Silva reclamaram de quem viu nas emoções exacerbadas do grupo um sinal de fragilidade ou um fator de desequilíbrio nas atuações do Brasil nesta Copa do Mundo. Thiago, que foi criticado por ter se abatido e por ter pedido para não participar da série de cobranças, diz que não deu ouvidos a quem passou a questionar sua liderança. "Não tenho nada engasgado, até porque procurei não escutar muitas coisas. Essa pressão e esses comentários são uma coisa natural, mas para mim não mudam nada. Nossa equipe está muito tranquila e motivada para o confronto com a Colômbia. Estamos preparados", garantiu.
Mesmo dizendo que não se incomodou com o assunto, o capitão desabafou. Segundo ele, sua reação nos pênaltis foi resultado de toda a entrega do grupo em busca do título. "Quando a gente se dedica assim a alguma coisa, às vezes chega uma hora em que é necessário descarregar. A pressão era enorme, já que poderíamos voltar para casa naquela hora. Sou assim, emotivo, sinto as coisas. Me entrego de corpo e alma ao que faço. Mas garanto que isso não me atrapalha em nenhum momento. Falar que a emoção vai prejudicar meu desempenho é bobagem. Pelo contrário, isso me ajuda. No começo da carreira, superei a tuberculose, corri risco de vida, e hoje posso dizer que sou um campeão", contou, relembrando o pior período de sua primeira passagem pelo futebol europeu, na Rússia. "Tenho maturidade e o respeito de todos. Não deixaremos nada negativo entrar aqui." Thiago ainda recorreu a Felipão, que estava ao seu lado na entrevista desta quinta, ao tentar mostrar que não via sua imagem fragilizada perante os demais jogadores desde a partida de sábado. "Meu comandante está aqui e em nenhum momento contestou minha atitude", afirmou o zagueiro.
"O presidente da CBF também conversou comigo e também me incentivou. É preciso me concentrar no meu trabalho, e em nada mais." Felipão, que em outras ocasiões disse que se preocupava com o nervosismo exibido pela equipe em alguns momentos, desta vez mudou de tom. "Cada um tem uma atitude diante de cada situação. Acho que a gente poderia respeitar um pouco mais as individualidades. Não é isso que faz com que o time melhore ou piore", afirmou, saindo em defesa de seu capitão. Ao ser questionado sobre a visita da psicóloga Regina Brandão à concentração, em Teresópolis, o técnico se irritou de vez – a CBF já havia divulgado que a presença de Regina às vésperas das quartas de final era planejada desde que a Copa começou. "Vocês estão errados nas interpretações das coisas", disse, repreendendo os jornalistas. "Está tudo organizado. Ela deve nos visitar de novo, inclusive. Tem participado de forma muito legal e os jogadores adoram participar das reuniões. Mas tem gente que fala maldades, se aproveita, não sabe o que se passa aqui dentro. Temos uma conversa ampla, aberta e tranquila sobre esse assunto."


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