09/12/2014

BC orienta bancos a criar 'supercartões' virtuais.


Uma fatura de cartão de crédito de R$ 100 milhões seria estratosférica para qualquer família brasileira, mas em breve será realidade para algumas empresas. O Banco Central (BC) orientou os bancos a desenharem produtos para facilitar grandes transações financeiras e o primeiro passo já foi dado com a criação de um cartão para grandes corporações.

É mais uma medida dentro da estratégia do BC para diminuir o dinheiro vivo em circulação — o que reduz os gastos do Estado, já que a Casa da Moeda tem de usar parte dos impostos para imprimir cédulas e cunhar as moedas. Atualmente, o volume de dinheiro vivo em circulação é de R$ 215,4 bilhões.

O Banco do Brasil saiu na frente, criando o Ourocard Corporate Banking. O produto foi testado nos últimos meses, movimentando R$ 6 bilhões, e será lançado nos próximos dias. O próximo estágio é fazer com que famílias comprem carros e até apartamentos com o dinheiro virtual.

No caso do Ourocard Corporate Banking, o cartão de plástico não existe; cartões virtuais são gerados a cada necessidade (pagamento de impostos, da folha de pessoal ou de fornecedores). Cada transação tem custo e prazo diferenciados. Para honrar a dívida, o BB pega como garantia um título da empresa.

— É uma nova fronteira que se abre nos meios de pagamentos — ressalta o diretor de Cartões do BB, Raul Moreira.

Segundo o técnico, que também é vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), nenhum outro banco no país testou ainda uma tecnologia parecida. Nem há notícias de pagamentos nesses volumes em outros países.

Moreira disse que quem sonha em acumular uma montanha de pontos ao comprar um carro ou um apartamento vai se decepcionar:

— Nesse cartão não tem milhagem — alerta o diretor.

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