03/01/2015

OI FOI O GRANDE MICO DA BOVESPA EM 2014.

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Se ações defensivas, com bons fundamentos e com receitas lastreadas em dólar figuraram no topo dos ganhos do Ibovespa em 2014, a outra ponta do índice foi ocupada por pelos problemáticos setores imobiliário e siderúrgico, mas a lanterna ficou com a também turbulenta Oi. Entre as 5 maiores perdedoras do Ibovespa, as perdas variaram entre 52% e 76%.

A expectativa de uma taxa de juros cada vez maior e as perspectivas deterioradas para o crescimento econômico brasileiro atingiram em cheio os papéis do setor de construção, com destaque principal para Rossi e PDG Realty. No campo das siderúrgicas, o preço das commodities metálicas bateu mínimas de mais de 5 anos, em meio à desaceleração chinesa - cenário que deve perdurar em 2015. No entanto, a companhia de telecomunicações sofreu em meio à interminável novela de fusão com a Portugal Telecom, rumores de tentativas de compras conjuntas da TIM, sua rival, e venda dos ativos portugueses da PT para a Altice, fechou o ano como a maior perda do Ibovespa, descolada do restante dos papéis. 

Oi (OIBR4, R$ 8,61, -76,02%)
Na lanterna de 2014, os papéis da Oi despencaram 76,02% em meio a novelas intermináveis para o setor de telecomunicações durante o ano.
Não bastassem as brigas internas, o endividamento e a novela toda com a fusão, a CVM também conseguiu deixar os investidores "loucos"; após suspender a oferta pública de ações da companhia - essencial para o processo de fusão - após declarações do presidente da companhia sobre a operação, a instituição voltou atrás no início de abril e liberou a venda dos ativos. Foi só no final do mês, no entanto, que a Oi realizou a oferta, que movimentou R$ 15 bilhões na Bolsa. 

E foi após este mês que os papéis da Oi entraram em uma tendência de queda sem freios.

Imobiliárias
O setor imobiliário também teve ano difícil na Bolsa, com os papéis do setor imobiliário sofrendo com o cenário econômico nada favorável e com o crescimento pífio do PIB neste ano que se encerra. Todo o cenário macroeconômico ajudou a reduzir os lançamentos das companhias do setor, que, endividadas, tentam desde 2012 um processo de restruturação, tentando retirar o que possuem em estoque.

Além disto, contribuiu para a forte queda dos papéis como Rossi (RSID3, R$ 3,39, -66,76%) e PDG Realty (PDGR3, R$ 0,86, -52,49%) as taxas de juros crescentes, já que além de acarretarem em dívidas mais altas, também influenciam no apetite do comprador dos imóveis, já que este adquire o produto por meio de financiamento; com juros mais altos, o financiamento se torna mais caro, e o comprador, portanto, espera um momento melhor para investir seu dinheiro nos imóveis. 

Siderúrgicas e Vale afunda; Usiminas ON se salva
As siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 5,05, -64,46%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,58, -46,79%) e CSN (CSNA3, R$ 5,58, -61,20%), bem como a mineradora Vale (VALE3, R$ 21,91, -34,57%; VALE5, R$ 19,23, -36,85%), também ganharam destaque entre as quedas, com os preços do aço e do minério de ferro caindo constantemente na China, principal comprador das commodities. Neste ano, os preços do minério registram queda de 50,6%. Vale mencionar os dados de crescimento da China também não animaram os mercados neste ano, já que se o gigante asiático demostra que sua economia está aquecida, significa que a demanda será maior pelas commodities, o que não se cumpriu neste ano. Nas últimas semanas, os papéis das siderúrgicas e da Vale bateram suas mínimas desde 2009. 

No início de dezembro entrou no radar dos investidores os papéis ordinários da Usiminas (USIM3, R$ 12,30, -0,81%), que fechou em leve queda e se descolou totalmente dos papéis PNA, graças à disparada de quase 100% que o papel teve apenas em dezembro, saindo de R$ 6,35 para os atuais R$ 12,65. Em meio ao imbróglio das duas partes do bloco de controle da Usiminas, surgiram rumores de que a CSN estaria em vias de comprar a participação acionária da argentina Ternium no bloco de controle da Usiminas, dividindo-o com a japonesa Nippon, lembrando que este sempre foi o "sonho" de Benjamin Steinbruch, presidente da companhia.


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