13/02/2015

A rolha pedagógica.


Um Supervisor visitou uma escola fundamental. Em seu trajeto observou algo que lhe chamou a atenção:

Uma professora estava entrincheirada atrás da mesa e os alunos faziam a maior bagunça.

O quadro era caótico. Decidiu, então, se apresentar:

 - Com licença, sou o Supervisor... Algum problema?

- Estou completamente perdida senhor, não sei o quê fazer com estas crianças...

Não tenho lâminas de apresentações, não tenho livros, o ministério não envia sequer o mínimo material didático,

não tenho recursos eletrônicos, não tenho nada novo para lhes mostrar, nem o quê lhes dizer!

 O Supervisor, que era um docente de alma, viu uma rolha sobre o escritório, a tomou,

e com serenidade oriental falou com as crianças:

- Alguém sabe o que é isto?

- Uma rolha! - gritaram os alunos surpresos.

- Muito bem. E de onde vem a rolha?

- Da garrafa. Uma máquina a coloca. De uma árvore. Da cortiça. Da Madeira, respondiam as crianças animadas.

- E o que dá para fazer com Madeira? – continuava entusiasta o docente.
- Cadeiras. Uma mesa. Um barco!

- Muito bem. Então teremos um barco. Quem se anima a desenhá-lo?

Quem faz um mapa no quadro negro e indica o porto mais próximo para o nosso barquinho?

Escrevam a qual Estado brasileiro corresponde. E qual é o outro porto mais próximo que não é brasileiro?

A qual país corresponde? Alguém lembra que personagens famosos nasceram ali? Alguém lembra o que produz esse país?

Por acaso, alguém conhece alguma canção desse lugar?

E assim, começou uma aula variadíssima de desenho, geografia, historia, economia, música etc.

A professora ficou muito impressionada. Quando a aula terminou, comovida, disse ao Supervisor:

- Senhor, nunca esquecerei a valiosa lição que hoje me ensinou. Muitíssimo obrigada!!!

O tempo passou. O Supervisor voltou à escola e procurou pela professora.

Encontrou-a novamente encolhida atrás de sua mesa, os alunos, outra vez, em desordem total.

- Mas, professora, o que houve? Lembra de mim?

- Mas é claro, como poderia esquecê-lo? Que sorte que o senhor voltou!

Não encontro a rolha. Onde a deixou?

 

Quando alguém não tem vocação para um determinado cargo, nunca vai prestar um bom serviço.



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