17/03/2015

França estuda proibir próteses mamárias que estariam ligadas a tipo específico de câncer.


As autoridades de saúde francesas emitiram um alerta sobre os implantes de mama por conta da aparição de um tipo específico de câncer — o linfoma anaplásico de células grandes — em diversas mulheres com próteses. O governo francês estuda proibir os implantes de silicone até que os casos sejam devidamente estudados.

Uma reunião decisiva sobre o assunto será realizada em dez dias na Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM). Segundo o jornal "Le Parisien", que ouviu o diretor do órgão, caso os especialistas peçam, as próteses serão "interditadas". O diretor da ANSM, François Hébert, disse que 18 casos de linfoma anaplásico de células grandes foram detectados em mulheres com implantes nos últimos três anos. O órgão também pretende explicar por que uma fabricante americana, a Allergan, concentra 14 desses 18 casos do país — 30% dos implantes no mercado francês são da companhia.

No mundo, 173 casos semelhantes já foram registrados — uma mulher morreu — e, segundo Hébert, esse tipo de câncer "parece estar associado a implantes mamários".

Embora este pareça ser um índice baixo, considerando que, na França, 400 mil mulheres têm implantes mamários, o Ministério da Saúde decidiu declarar estado de alerta máximo e chamar atenção de todas as mulheres para os riscos, enquanto o país aguarda o relatório final dos peritos.

Entre 18 casos de câncer detectados na França, a doença foi diagnosticada, em média, entre 11 e 15 anos após a colocação do implante, embora um caso tenha sido registrado apenas dois anos depois. As pacientes tinham entre 42 e 83 anos.

A Allergan, que informou estar colaborando com as investigações, ressaltou que o número de casos é "pequeno demais para se tirar conclusões". François Hébert afirmou, por sua vez, que nenhuma anormalidade foi encontrada durante as inspecções feitas na fabricante entre 2012 e 2013, e que é preciso analisar os dados com cautela.

Em uma nota, o Instituto Nacional do Câncer da França pediu aos médicos que procurem um possível diagnóstico de linfoma ao menor sinal da doença, já que "há claramente uma ligação entre a doença e o tamanho do implante". O problema não parece ser tanto o conteúdo da prótese, mas sua superfície.



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