12/03/2015

Garis entram em greve a partir da meia-noite e Rio fica sem coleta de lixo.

Os garis do Rio de Janeiro decidiram, em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira, entrar em greve a partir da próxima meia-noite. A decisão pode tirar das ruas os 15 mil agentes que cuidam da coleta de lixo residencial, comercial e industrial na cidade. O sindicato da categoria definiu como "uma irresponsabilidade e uma provocação da Comlurb a proposta de reajuste salarial anual de 3% (três por cento)".

"Como de hábito, o sindicato da categoria manterá os canais de comunicação com a Prefeitura do Rio de Janeiro e com a Comlurb, na esperança de que uma proposta salarial, sem provocação, possa ser avaliada pela categoria", afirma Antonio Carlos da Silva, vice-presidente do sindicato.
Greve durante o carnaval do ano passado deixou o Rio com lixo acumulado em vários bairros, como Centro, Lapa, Catete e Aterro do Flamengo

Segundo Antonio Carlos, a responsabilidade pela greve e o incômodo que a paralisação causará na população do Rio de Janeiro deve ser atribuída à Comlurb e à Prefeitura, que, segundo ele, apresentaram a proposta de reajuste salarial de 3%, portanto, muito interior à inflação do período, na data base que é em março.

"Uma irresponsabilidade e uma provocação que a categoria e o sindicato respondem com a greve que é um direito constitucional", disse Antonio Carlos.

O pleito da categoria é por aumento igual ao atual índice de inflação anual (7,7%), além de 40% de acréscimo no adicional de insalubridade. Um vale-alimentação de R$ 27 por dia também é requerido. A pedida, considerada alta pelo próprio Sindicato, deve ser reduzida. "Se pararmos, será de forma organizada, cumprindo as exigências da Lei de Greve, e não como em 2014, quando a cidade ficou imunda", disse Antônio Carlos.

Por meio de nota, a Comlurb lamentou a decisão tomada na assembleia e considerou a greve ilegal, por não ter sido decidida durante a fase de negociação e sem o aviso prévio de, pelo menos, 72 horas previsto na legislação. A companhia informou que entrará com uma ação na Justiça pedindo a ilegalidade da greve e disse esperar que os funcionários trabalhem normalmente.

Durante a greve do ano passado, garis que não aderiram foram escoltados por Guardas Municipais para fazer a coleta de lixo na cidade

Ruas ficaram imundas durante greve no Carnaval de 2014
Em 1º de março de 2014, em pleno sábado de Carnaval, os garis do Rio cruzaram os braços e iniciaram uma greve que se estendeu por mais sete dias, mesmo com os desfiles de blocos carnavalescos. A greve não foi liderada pelo sindicato que negocia desta vez. O movimento começou com uma dissidência de 300 trabalhadores que não concordaram com as negociações feitas pelo entidade em fevereiro e, rapidamente, ganhou a adesão em massa da classe.

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