05/03/2015

Juiz flagrado em Porsche de Eike pode ter penhorados R$ 400 mil em bens.

EXT CI Exclusivo Rio de Janeiro ( RJ ) 20/02/2015 - Entrevista com o juiz Flavio Roberto Souza da 3 Vara Criminal Federal - Foto Guilherme Pinto / EXTRA / Agência Globo


O juiz federal Flávio Roberto de Souza, flagrado dirigindo o Porsche de Eike Batista, corre o risco não apenas de perder o cargo, como também seus bens. Em três processos judiciais, o magistrado acumula dívidas de mais de R$ 400 mil . Nas ações, a Justiça determina o imediato pagamento dos débitos, ou a penhora de bens do magistrado. Nesta quinta-feira, os desembargadores do Órgão Especial do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região decidem se Souza responderá a processo administrativo. Ao fim da ação, o juiz pode ser demitido.

Juiz foi flagrado dirigindo carro do empresário Eike BatistaJuiz foi flagrado dirigindo carro do empresário Eike Batista

Dos três processos nos quais Flávio Roberto acumula dívidas, dois foram movidos pela Caixa Econômica Federal, e pelo mesmo motivo: o magistrado pegou empréstimos, mas deixou de pagá-los. Numa das ações, da 5ª Vara Cível do Espírito Santo, Souza é acusado de ter pego quase R$ 168 mil com a Caixa Econômica, em abril de 2010. Dois anos depois, ele deixou de pagar as parcelas. O valor do empréstimo foi calculado, em agosto de 2014, em R$ 218 mil. Já em outro processo, esse da 1ª Vara Federal de Resende, o juiz é acusado de pegar empréstimo de R$ 172 mil, em maio de 2011. Mais uma vez, Souza interrompeu o pagamento. Em fevereiro de 2012, o débito estava em R$ 242 mil. Em ambos os casos, a Justiça determinou que a dívidas sejam pagas. Caso contrário, seus bens devem ser penhorados. O magistrado ainda não foi notificado.

O juiz com o falso ovo Fabérge apreendido na casa do empresárioO juiz com o falso ovo Fabérge apreendido na casa do empresário 

O terceiro processo no qual Flávio Roberto tem pendências, ironicamente, foi movido pelo próprio contra a União Federal. O magistrado pleiteava o recebimento de ajuda de custo por ter se mudado do Rio para o Espírito Santo, para onde sua ex-mulher, também juíza federal, já havia sido transferida. O pedido foi negado, e Souza condenado a pagar R$ 2.435 de despesas com o processo. Como a dívida não foi quitada, em janeiro deste ano, a Justiça determinou a penhora de bens do magistrado.

Na sessão desta quinta-feira no Órgão Especial, o desembargador Guilherme Couto, corregedor do TRF, vai apresentar os relatórios de duas sindicâncias abertas para apurar a conduta de Souza. No fim, os 14 desembargadores darão seus votos.

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