Ricardo Noblat
A quem não interessa que o senador Romário (PSB) concorra ao cargo de prefeito do Rio de Janeiro na eleição do próximo ano?
A quem pretende disputar o cargo. Ou a algum forte eleitor que prefira outro candidato.
Forte eleitor, para os que cercam Romário, só tem um: o atual prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Na semana passada, a VEJA publicou que Romário é dono de uma conta no Banco BSI, na Suíça, não declarada em seu Imposto de Renda.
A conta guarda o equivalente a 7,5 milhões de reais.
Pela lei da Ficha Limpa, "ocultação de bens" gera inelegibilidade por oito anos, mais o período da pena.
Isso, além de pôr em risco a imagem de político honesto construída por Romário, poderá impedi-lo de ser candidato até 2023.
Que fez ele depois da reportagem da VEJA?
Primeiro negou que soubesse da existência da conta. Segundo disse que procuraria a Receita Federal para legalizar sua situação.
Por fim: contratou um dos mais famosos advogados de Brasília para defende-lo – Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakai.
Em pesquisas para consumo interno de partidos, Romário aparece em primeiro lugar como candidato a prefeito do Rio.
Tem cerca de 30% das intenções de voto, seguido de perto pelo ex-senador Crivella.
O Instituto Paraná de Pesquisas conferiu que quando o nome dele não é citado, o de Pedro Paulo, apoiado por Paes, sobe de 3% para 6%.
Para atrair Romário para seu lado, o prefeito deu a ele o direito de indicar o secretário de Esportes municipal. Romário indicou Marcos Bras.
Mas o dono da chave do cofre, ali, é o subsecretário de Gestão, indicado pelo chefe da Casa Civil. É ele que manda.
A turma de Romário começa a desconfiar que possa ter as digitais do prefeito na descoberta da conta bancária no exterior.
Coincidência ou não, um dos irmãos de Eduardo, Guilherme da Costa Paes, é sócio do BTG Pontual, o banco que comprou o suíço BSI em 2011
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