Quando pequenos gestos do dia-a-dia viram grandes ações

A notícia acontece toda hora, em todo lugar. Não escolhe protagonistas. Ela simplesmente acontece. O tempo todo, quer a gente note ou não. Acredite, pequenos gestos de um amor inocente são grandes notícias. E podem impactar muita gente.

Foi o que aconteceu com o estudante de jornalismo Júlio Cirne. Uma visita casual a uma lanchonete na última quinta (5) gerou um relato que atingiu e impactou milhares de pessoas. Leia abaixo com atenção:

Júlio, que é estagiário aqui do JC Trânsito, contou como está sendo a repercussão da história:

“Desde que esse relato foi publicado em minha página no Facebook, tenho recebido muitas mensagens e notificações de pessoas que não conheço. Boa parte delas me agradece, dizendo que a história tornou melhores os seus dias. Outras pessoas procuram saber a “continuação” da história e a identidade das outras pessoas que participaram daquele momento. Nesse segundo caso tenho preferido ficar calado e explico o motivo. 

Como eu já disse, não posso atender às expectativas de quem busca um “final” para a história. Muita gente busca romantizá-la, na espera de uma continuidade dela, mas, apesar de o meio de divulgação da história ser um rede social, estamos tratando de uma história da vida real e foi assim que esse episódio aconteceu: simples, rápido e trivial, como é nosso dia-a-dia.
 
O que eu posso dizer a respeito do que houve depois é a simplicidade: o rapaz aceitou os lacres e continuou comendo. O menino seguiu pedindo os lacres dentro da lanchonete. 
 
Quando eu terminei de comer, ele estava na calçada, do lado de fora. Havia espalhado os muitos lacres no chão e estava contando. Eu fiquei com vontade de perguntar qual era o prêmio que ele queria, mas fiquei sem querer desapontá-lo, pois a maioria dos brindes que a Coca-Cola oferecia para quantidade de lacres que ele tinha já haviam esgotado. Eu sei disso porque dias antes havia entrado no site para tentar conseguir um fone de ouvido, mas já tinha acabado. 
 
Meu maior arrependimento nessa história é não ter falado sobre isso com ele nessa hora. Estava atrasado, indo para o estágio no Jornal do Comercio. No meio do caminho pensei que poderia fazer uma matéria com ele e, com a repercussão da história, alguém poderia ajudá-lo, dando o brinde que ele queria e que não conseguiria mais juntando os lacres de Coca-Cola.
 
Me conforto com uma das mensagens que recebi de uma menina. Ela me pediu autorização para publicar o relato em uma página que conta histórias de “pessoas temporárias”, que são aquelas que passam em nossa vida por um espaço de tempo muito curto, mas que têm uma importância tão grande que nos influenciam e nos emocionam pelo resto dela.”