30/07/2014

Bandidos violam túmulos de Monteiro Lobato e Mario de Andrade em cemitério de São Paulo.



Os túmulos dos escritores Mário de Andrade e Monteiro Lobato foram violados no cemitério da Consolação, na região central de São Paulo. Dos mausoléus, os bandidos furtaram portões de bronze e uma peça de enfeite. O Serviço Funerário de São Paulo não informou quando esses crimes ocorreram. Floreiras, bustos, alças de caixão e esculturas também são objetos visados por ladrões que cometem os furtos quase diariamente. A ação acontece durante a madrugada e a percepção do crime só ocorre dias depois. De acordo com um levantamento obtido pela Folha, de janeiro de 2013 até julho deste ano mais de 600 ocorrências foram registradas nos 22 cemitérios da cidade. Uma média de um furto a cada dois dias.
O cemitério mais visado é justamente onde estão enterrados Lobato e Andrade –no total foram 220 ocorrências em um ano e meio. Segundo o Serviço Funerário de São Paulo, o túmulo do criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo foi roubado mais de uma vez. "Do [mausoléu] Monteiro Lobato o portão de bronze foi furtado duas vezes. Da primeira vez foi recuperado, recolocado e levado novamente. Também foi furtado o adorno floral de bronze que estampava o túmulo", informou a nota enviada pela prefeitura. Do poeta Mário de Andrade, os bandidos levaram o portão que enfeita a entrada do túmulo. Desde o ano passado, quinze pessoas foram presas em flagrante. ÁREAS VULNERÁVEIS Pessoas ligadas à administração do cemitério da Consolação disseram à reportagem que o maior temor é a ação de vândalos e bandidos em obras valiosas para o mercado clandestino das artes. Dentro do cemitério da Consolação há, por exemplo, uma escultura do artista Victor Brecheret, o mesmo que fez o Monumento às Bandeiras. O valor desta obra que enfeita o túmulo de Olívia Guedes Penteado é incalculável, disse um funcionário do cemitério. A escultura fica na rua 35, próxima ao muro que dá acesso à rua da Consolação, local apontado como vulnerável por pessoas que trabalham no cemitério. Por meio de nota, o Serviço Funerário de São Paulo informou que tem mantido contato permanente com a GCM (Guarda Civil Metropolitana) de forma a aumentar o número de rondas e policiamento fixo nos espaços. O serviço ainda pede que famílias que mantêm os túmulos nos cemitérios da cidade evite o uso de peças com valor comercial, como bronze, cobre, latão e alumínio

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