08/12/2014

Africanas correm risco de contrair HIV por prática bizarra.


Mulheres em várias partes do mundo estão realizando uma prática sexual conhecida como “sexo seco”, que não só as machucam, como também as deixam mais vulneráveis ao HIV.
A prática é feita para reduzir a umidade de suas vaginas, dando mais prazer aos homens.

Além de causar cortes, ferimentos e inflamação no órgão sexual feminino, a chance do rompimento da camisinha é muito maior. Por conta disso, os riscos de doenças sexualmente transmissíveis são maiores nessas mulheres.

O sexo a seco é, geralmente, realizado em países das regiões Sul e Central da África, e na Indonésia.

O ritual faz parte de uma crença cultural, onde acredita-se que os homens vão rejeitar mulheres cujas vaginas não sejam prazerosas o suficiente. Para atingir a secura, as mulheres inserem giz, areia, rocha pulverizada, ervas, papel ou esponjas antes do sexo, segundo o jornalista Ms Syfret, que noticiou sobre a prática na África do Sul.

Elas também costumam lavar suas vaginas com detergentes, antisépticos, álcool e água sanitária. Mulheres em Java, na Indonésia, até mesmo defumam suas vaginas ficando em pé sobre ervas em chamas, apontam relatórios do LoveMatters. Em outras áreas da Indonésia, é comum inserir um pedaço de pau em forma de charuto feito de uma raiz da planta.

Enquanto documentos de consulta da Organização Mundial de Saúde mostram que as autoridades mundiais estão cientes que o problema existe, a maioria das pesquisas sobre o caso é recorrente de décadas atrás e não há muitos números sobre a sua prevalência nos dias atuais.

Um estudo de 2009 realizado na Zâmbia, mostrou como a prática do sexo a seco ajudou a espalhar o vírus HIV. Cerca de dois terços das 812 mulheres entrevistadas tinham usado métodos tradicionais do sexo seco em algum momento de suas vidas, e cerca de metade ainda praticava.

Mas a relutância mundial em discutir saúde sexual explica como a prática não foi debatida. "A maior parte da informação disponível foi anedótica, especulativa ou inadequada - principalmente por causa da relutância cultural para discutir ou investigar questões sexuais pessoais", disseram os pesquisadores.

Da mesma forma, uma especialista em saúde sexual e ativista na África do Sul, Dra. Marlene Wasserman, conhecida como Dra. Eva, disse que a maioria das pessoas estão cientes do problema, mas ele não é discutido, e não tem recebido atenção suficiente do Governo do país.

Ela disse ainda que a prática contínua de sexo seco mostra a falta de educação relativa à igualdade e os direitos das mulheres na área. "É definitivamente uma questão de classe. Basicamente, a reputação de uma mulher depende do tamanho de sua vagina. Entre as mulheres que são menos informados e menos instruídas, há uma ignorância incrível em torno dessa ideia".

A prática está enraizada na cultura, passada entre gerações de mulheres, e a falta de informação sexual colabora com o fato.

"Eu tenho feito uma força-tarefa com a Associação Mundial de Saúde Sexual, e nós criamos a declaração dos direitos sexuais - o direito ao prazer - e estamos realmente levando isso adiante. As mulheres são surpreendidos quando conhece seus direitos. Sabemos que 33 por cento das mulheres praticam e toleram a penetração dolorosa. Isso torna-se parte do que eles conhecem por sexo”, disse Wasserman, que também tem um programa de rádio que tenta acabar com os mitos sobre a saúde sexual. Ela também organiza seminários para adultos, jovens e pais, a fim de educar as pessoas sobre práticas sexuais saudáveis.

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