12/12/2014

Papa diz que cachorros vão para o céu e cria polêmica com teólogos.

Papa Francisco faz carinho em cão-guia durante evento no Vaticano, em 2013

O papa Francisco deu esperança aos gays, aos casais não casados e aos defensores da teoria do Big Bang. Agora, ganhou o carinho dos donos de cachorros, dos defensores dos direitos dos animais e dos vegans.

Ao tentar consolar um garotinho triste pela morte de seu cachorro, Francisco disse em recente aparição pública na Praça de São Pedro que "o paraíso está aberto a todas as criaturas do Senhor".

Embora não esteja claro se as declarações do papa ajudaram a confortar o menino, elas foram bem recebidas por organizações como a Humane Society e a People for the Ethic Treatment of Animals (PETA), que as viram como repúdio da teologia católica conservadora segundo a qual animais não podem ir para o céu porque não têm alma.

"Minha caixa de e-mails lotou", diz Christine Gutleben, diretora sênior de contato com religiões da Humane Society, a maior organização de proteção aos animais nos Estados Unidos. "Quase imediatamente, todo mundo começou a falar no assunto".

Charles Camosy, escritor e professor de ética cristã na Universidade Fordham, disse que era difícil saber com precisão o que Francisco havia pretendido dizer, porque ele falou "em linguagem pastoral, e não de forma a ser dissecada pelos acadêmicos".

Mas perguntado se a declaração havia causado novo debate sobre os animais terem ou não almas, sofrerem e poderem ir para o céu, Camosy respondeu: "Em duas palavras: com certeza".

Em seu mandato relativamente curto como líder do mais de um bilhão de católicos romanos do planeta, depois de substituir Bento 16, Francisco, 77, vem causando repetidos incômodos aos conservadores da Igreja.

Sugeriu posições mais lenientes que as de seu predecessor quanto a questões como a homossexualidade, os filhos nascidos fora do casamento, casais que coabitam sem casar e a teoria da evolução.

Assim, em alguma medida não foi surpresa que Francisco, um jesuíta argentino que escolheu seu nome pontifical em homenagem a São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais, viesse a sugerir a uma criança entristecida que seu bichinho de estimação teria lugar no além.

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