18/10/2014

Feira reúne carros funerários de luxo e diamante feito com cinzas.

Cerimônia de luxo com violinista, mestre de cerimônias e santinho virtual pode custar R$ 7 mil (Foto: Thais Mendes/ Divulgação)

Tem gente que não dispensa o luxo nem na hora da morte. Para atender esse público, o setor funerário tem investido cada vez mais em artigos modernos e inovadores. Em uma feira que está sendo realizada em Curitiba, o visitante pode encontrar serviços como violinista, revoada de pombos, chuva de pétalas, vídeo com homenagem, tudo específico para funerais. É possível até transformar o ente querido em uma pedra de diamante.
O músico Roger Vaz há 12 anos trabalha tocando violino em funerais. "É o único momento em que as pessoas param mesmo para ouvir a música com o coração", conta. Por dia, o violinista toca em média em três velórios – muitas vezes em cidades diferentes. A profissão entrou na vida de Vaz de uma maneira inusitada. "Eu já era músico e um dia, voltando de uma noitada, passei por um cemitério e decidi tocar em um velório. Todo mundo gostou e eu achei que valia a pena investir neste segmento", explica. 

Já o mestre de cerimônias Jonas Zanzini conta que durante o funeral, o importante é enaltecer as qualidades da pessoa que morreu e reconfortar a família. "O trabalho é bastante gratificante. Todo mundo merece ser homenageado e as pessoas desejam mostrar o quanto foram gratas por aquela pessoa que já foi", diz.
Uma cerimônia de luxo, que conta com música, mestre de cerimônias, revoada de pombos, translado em carro de luxo, santinho virtual e chuva de pétalas, pode chegar até R$ 7 mil. A empresa também pretende disponibilizar o serviço de revoada de borboletas. "Estamos testando. A preocupação é sempre inovar, em tornar em algo melhor", comenta Zanzini.
Há também quem prefira manter a pessoa que morreu sempre por perto e transformar as cinzas em diamante ou em um cristal. Um diamante de um quilate custa em torno de R$ 80 mil e é feito com meio quilo de cinzas. "As cinzas são encaminhadas a uma empresa na Suíça e transformadas em uma pedra de diamante. O processo demora três meses", conta Maria da Glória. Como opção mais barata, a família pode optar por transformar as cinzas em cristais que são feitos em Blumenau, em Santa Catarina. O cristal de tamanho maior, que pode ser usado para decoração, custa mais de R$ 1 mil. Já o pingente, sai no valor de R$ 690.

Cinzas podem ser transformadas em pedras de diamante (Foto: Thais Mendes/ Divulgação)Cinzas podem ser transformadas em pedras de diamante.Mais luxoCarros luxuosos também são adaptados para transportar os caixões. A ideia é permitir com que a família acompanhe o cortejo dentro do carro em que a urna está sendo levada. "O objetivo é que a família vá no veículo com todo o conforto possível.", conta Kennedy Silva. O valor da transformação de um carro normal em funerário varia de R$ 50 a R$ 200 mil. "O dono da funerária me entrega o carro que ele quer que eu faça as modificações e em até 180 dias, eu entrego o carro pronto", explica.Caixões são feitos com madeira nobre e puxadores de ouro (Foto: Thais Skodowski/ G1 PR)Caixões são feitos com madeira nobre e puxadores de ouro.Também não se economiza nos caixões, feitos de madeira nobre e puxadores de ouro ou nos serviços de plano funerário que contam com assistência psicológica após o funeral, caso algum parente não consiga superar a perda. "A morte também é um evento, assim como nascimento, casamento. As empresas estão se especializando para darem uma assistência adequada em um momento tão difícil", explica Celso Moraes, presidente da Associação de Fabricantes e Fornecedores de Artigos Funerários (Affaf).

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